FONTE:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5766082-EI8147,00-Equipe+acha+mais+antigo+calendario+maia+e+derruba+fim+do+mundo.html
A hipótese de que os maias previram o fim do
mundo para este ano se baseia em uma ideia de que o calendário maia só teria 13
ciclos - e eles acabariam justamente em 2012.
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10 de maio de 2012 •
15h10 • atualizado às 19h03
Imagem divulgada pela National Geographic mostra a
arqueóloga Angelyn Bass limpando a superfície de uma parede maia no noroeste da
Guatemala
Foto: AP
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Uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos anunciou
nesta quinta-feira a descoberta do calendário Maia mais antigo documentado até
o momento, que data do século IX, pintado nas paredes de um habitáculo
encontrado na cidade de Xultún (Guatemala).
O Mundo acabará em 21/12/2012? Saiba aqui
O calendário documenta ciclos lunares e o que poderiam ser
planetários, explicaram em entrevista coletiva os arqueólogos William Saturno,
da Universidade de Boston, e David Stuart, da Universidade do Texas-Austin. A
descoberta, que será publicada nesta semana pela revista Science, desmonta a
teoria dos que preveem o fim do mundo em 2012 baseando-se nos 13 ciclos do
calendário Maia, conhecidos como "baktun", já que o sistema possui,
na verdade, 17 "baktun".
"Isto significa que há mais períodos que os 13
(conhecidos até agora)", ressaltou Stuart, para quem o conceito foi
"manipulado". Ele disse que o calendário Maia continuará com seus
ciclos por mais milhões de anos. Os hieróglifos pintados no que poderia ser um
templo da megacidade de Xultún, na região guatemalteca de Petén, é vários
séculos mais antigo que os Códices Maias escritos em livros de papel de crosta
de árvore do período Pós-clássico tardio.
Os especialistas destacam que há glifos e símbolos que,
segundo Stuart, só aparecem em um lugar: o Códice de Dresden, que os maias
escreveram muitos séculos mais tarde" e que se acredita ser do ano 1.250.
"Nunca tínhamos visto nada igual", assinalou Stuart, professor de
Arte e Escritura Mesoamericana, encarregado de decifrar os glifos. Ele destacou
que se trata das primeiras pinturas maias encontradas nas paredes de um
habitáculo.
O quarto, segundo os especialistas, faz parte de um complexo
residencial maior. Os pesquisadores lamentam que parte do quarto tenha sido
danificada por saqueadores, mas foi possível conservar várias figuras humanas
pintadas e hieróglifos negros e vermelhos. Em uma delas aparece a figura do rei
com penas azuis e glifos perto de seu rosto que, segundo decifraram, significam
"Irmão Menor".
A parede contém uma série de cálculos que correspondem ao
ciclo lunar, enquanto os hieróglifos da parede norte acreditam que poderiam se
relacionar com os ciclos de Marte, Mercúrio e, possivelmente, Vênus. Os autores
indicam que o objetivo de elaborar esses calendários, segundo os estudos
realizados a partir dos códices maias encontrados previamente, era o de buscar
a harmonia entre as mudanças celestes e os rituais sagrados, e acreditam que
essas pinturas poderiam ter tido o mesmo fim.
"Pela primeira vez vemos o que podem ser registros
autênticos de um escrivão, cujo trabalho consistia em ser o encarregado oficial
de documentar uma comunidade maia", assinalou Saturno. Em sua opinião,
parece que as paredes teriam sido utilizadas como se fossem um quadro-negro
para resolver problemas matemáticos.
De acordo com os cientistas, poderia se tratar de um lugar
onde se reuniam astrônomos, sacerdotes encarregados do calendário e algum tipo
de autoridade, pela riqueza na decoração das pinturas nas paredes, que também
utilizaram para fazer suas anotações.
A pesquisa continua aberta para determinar que tipo de
quarto se trata, se era uma casa ou um habitáculo de trabalho e se era
utilizado por uma ou várias pessoas. "Ainda nos resta explorar 99,9% de
Xultún", lembrou Saturno, que afirmou que a grande cidade maia descoberta
em 1915 proporcionará novas descobertas nas décadas vindouras.
VEJA AS FOTOS ABAIXO:
Pesquisadores
descobriram aquele quer seria o mais antigo calendário maia, com 1,2 mil anos.
Detalhe do calendário mostra datas em escritos sobre a Lua (em "1.195.740
dias"), Sol ("361.640 dias"), e possivelmente Vênus
("2.448.420 dias") e Marte ("1.765.140 dias"). As datas vão
a quase 7 mil anos no futuro
Segundo os
cientistas, o calendário tem 17 "baktun", o que derrubaria a teoria
do fim do mundo em 2012